PORTO ALEGRE (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira que, se as centrais sindicais querem a manutenção do acordo para reajuste do salário mínimo, o que o governo oferece para este ano é o valor de 545 reais.
Dilma afirmou ainda que, caso haja algum reajuste da tabela do Imposto de Renda, ele deve ser feito com base na expectativa de inflação futura, e não no índice de preços do ano passado.
"O que queremos saber é se as centrais querem ou não a manutenção do acordo pelo período do nosso governo. Se querem, o que nós propomos para este ano é 545 reais", disse Dilma a jornalistas, em Porto Alegre, depois de encontro o governador Tarso Genro (PT).
O acordo em prática leva em conta a inflação acumulada no ano mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Como o crescimento da economia em 2009 foi negativo devido à crise internacional, o aumento do salário mínimo em 2011 só conta com a reposição da inflação do ano passado.
Dilma reforçou a importância da manutenção desse acordo, porque ele criou uma metodologia para correção do mínimo.
A presidente disse também que o governo não acha correta a discussão simultânea do reajuste da tabela do Imposto de Renda e do salário mínimo.
Na quinta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo não estuda uma correção na tabela do IR. Um dia antes, o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, havia afirmado, após reunião com representantes de centrais sindicais, que as duas discussões são desvinculadas, mas que um reajuste do IR poderia ser feito com o índice de 4,5 por cento.
De acordo com Dilma --que não se comprometeu com o reajuste--, os dois ministros não se contradisseram.
"Não concordamos com o que saiu nos jornais e que o reajuste da tabela do Imposto de Renda, se houvesse, fosse feito pela inflação passada."